quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sintomas de que vivemos em uma sociedade doente: o papel do jornalista nessa sociedade


Tenho saudade de um tempo, e isso nem foi há muito tempo, que as pessoas tinham tempo umas para as outras, que o objetivo principal não era ter o melhor carro, a melhor roupa, a melhor casa, o melhor emprego.

Que ouvia o programa de rádio, que tocava boas músicas, noticiava coisas de interesse social. Que ligava a TV para assistir a programação e o que via e ouvia era algo mais leve, menos impregnado de barbáries, sangue, violência, corrupção. Com novelas, até gostava delas, onde as pessoas conversavam, não gritavam, umas com as outras, nem queriam trair, matar. Esse tempo existiu!

Hoje estamos envolvidos com os compromissos, agendas lotadas, palestras demoradas, filas intermináveis, trânsito caótico. Todos querendo saber muito e sabem quase nada. Uma superficialidade imensurável, porque acabamos fazendo muita coisa, mas sem qualidade. Essa é a modernidade, o caminho da loucura.

E, com toda essa correria, falta tempo de pensar nos valores que realmente são importantes, hoje “relativizados”, pois a banalização chegou a tal ponto que até comportamentos condenáveis são julgados com condescendência pela opinião pública. E, nesse ponto, entra a mídia com a sua responsabilidade social. Também o jornalista que precisa mensurar que a informação a ser mostrada ao público é realmente importante para o interesse da sociedade.

As coberturas jornalísticas estão doentias e torna doentia a sociedade. Falta juízo aos donos de mídia, principalmente quando falam de banalidades e minúcias e omitem o que seria útil. Desejos obscuros de lucro, status, poder fazem os profissionais da área de jornalismo esquecer o fundamento básico dessa profissão para a sociedade, que é o direito ser bem informado e o interesse público.

É um triste cenário! O relativismo moral assola tornando a sociedade eticamente doente, num país onde se aceita tudo com naturalidade, desde não se informe a construção real da verdade.

A mídia tem divulgado escândalos, porém, o desfecho desses escândalos geralmente termina em outro escândalo, e, nessa sequência, aceitamos a relativização da verdade. Em todo esse contexto é preciso que os jornalistas tenham consciência de suas verdadeiras funções para que não se tornem, apenas, produtores de mídia.

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