terça-feira, 30 de março de 2010

MODO REATIVO "ON"

Quantas vezes nos deparamos em situações em que deixamos de observar se a nossa atitude é pertinente, conveniente e oportuna.
Quando nos acontece algo que nos irrita ou insulta temos uma tendência a deixar o nosso lado emocional sobressair ao racional. E externamos o famoso “animal” que temos dentro de nós. E, dependendo da situação que nos encontramos, nossa atitude impensada pode ser tornar irretratável e, até mesmo, irremediável.
Vivenciei essa situação há poucos dias quando, por um desencontro de informações, fui tachada de algo que não havia cometido. Diante da pessoa errada, alterei minha voz, disse absurdos inoportunos e o constrangi com minha atitude desvairada.
Se tivesse levado em conta três palavrinhas que, tão sabiamente Márcio Mussarela nos revela (Pertinência, Conveniência e Oportunidade), não precisaria, num outro momento, passar pelo embaraço de pedir desculpas por uma atitude tão impulsiva e irracional.
É preciso refletir antes de agir!

DOCUMENTÁRIO A PONTE

Um retrato do desespero humano em um dos mais belos cartões postais de São Francisco, a ponte Golden Gate.
A partir do depoimento de amigos e familiares dos que tiraram a própria vida, o cineasta americano Eric Steel fez um documentário que tenta explicar o que leva as pessoas a tirarem suas próprias vidas.
Ele é construído com a sequência dos acontecimentos. Em todos os casos o que se percebe é que a semelhança entre os suicidas é a melancolia, a solidão.
Há uma sensação de que todos carregam dentro de si problemas de relacionamento ou depressão. A impressão, ao terminar de assistir o documentário, é que não existe nada de extraordinário, apenas repassa as imagens chocantes que foram captadas, trata o assunto como um espetáculo.
O que se questiona se o intuito do documentário foi apenas um trabalho sensacionalista ou um pedido de socorro às autoridades, para que sejam tomadas providências no sentido de que sejam colocadas grades ou redes de proteção.
Algo a ser refletido sobre a miserável condição humana.

CUMPRIMENTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A Constituição Federal de 1988 nos dá garantias que são imprescindíveis para o pleno gozo dos nossos direitos. Mas, o que vivenciamos hoje é uma crise, onde a segurança pública entrou em colapso, a burocracia abarrota os Tribunais com processos e dificulta o acesso a nossos direitos, as organizações sociais ficaram desacreditadas e o povo se sente órfão, indefeso e inseguro.
Estamos cansados de discursos teóricos, altos brados de melhoria na saúde, na educação e em tantos outros setores. Realidade distorcida pela falta de atendimento nos postos e hospitais, educação sem qualidade, alunos famintos por comida e não por ensino. É o desemprego que assola milhares de brasileiros.
Onde estão os direitos tão bem detalhados no artigo 5º da Constituição Federal? O cidadão quer garantia de uma vida digna, não apenas sobrevivência; de segurança e paz, não apenas tentar conviver com o medo; ter a liberdade de votar, escolher e não se decepcionar, e não apenas ser obrigado a ir às urnas, sob as penas da lei. Por que continuar atolados na burocracia, utilizando o lema “se é mais fácil complicar, para que facilitar”?
É preciso entender e interpretar a Constituição, não só no aspecto jurídico, mas também, sociológico, econômico, histórico e administrativo. A questão é que tanto artigos, incisos, alíneas podem se tornar inconstitucional ou constitucional, bastando a interpretação de um jurista.
Muito se discute e pouco se age, e na verdade o que o povo busca é apenas saber o que pode e tem que fazer, não ficar anos discutindo, sem nenhum resultado satisfatório. E, no fim, os problemas da sociedade não se resolvem.
A rigor, a Constituição deveria ser ensinada em todas as Escolas e por pessoas leigas em Direito, para fazer a livre interpretação.
O Judiciário, Poder responsável por fazer cumprir a Constituição, está desacreditado, pois, o que se vê é um jogo de poder e de vaidade entre seus membros. E pior que a vaidade e o poder ilimitado geralmente levam à tirania.
Há uma ditadura velada, uma tortura psicológica, algo que não se deixa transparecer, não é palpável, mas que existe.
Porém, apesar dessa falta de efetivo cumprimento dos direitos constitucionais e garantias sociais da nossa Constituição Federal, precisamos pensar que sem ela estaríamos em situações semelhantes a Países como Cuba, com um comunismo e uma ditadura que extrapola a dignidade humana; como a Palestina, Israel, lugares sem lei onde a bala de uma arma vale mais que o ser humano.
Se temos um mínimo de cumprimento da nossa Lei Maior, é ele que nos mantém na democracia, que não nos deixa regredir a períodos de ditadura, de repressão, de regime de terror vivenciado por tantos. Gente que precisava viver na clandestinidade, contra a tirania fria e sanguinária. Que não escapou das prisões arbitrárias, dos fuzilamentos, das torturas. Sem a nossa Constituição, nos transformaríamos em sub-humanos.
Não podemos deixar de sonhar, de lutar, de fazer a nossa parte para que se faça cumprir o mais próximo do que a Constituição prevê. Esse é nosso principal dever como cidadão, como ser humano.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO



O Chefe da Seção de Comunicação do TRT da 24ª Região relata a rotina de uma assessoria e menciona que o papel do assessor é transmitir o conteúdo útil da empresa, ou órgão público, num formato "legível" para o mercado

O ambiente é simples e arejado, as mesas dispostas de forma a ocupar favoravelmente o espaço relativamente pequeno. Em um canto, compondo o mobiliário, uma TV e um vídeo, um dos poucos recursos disponibilizados para a seção. Mas, a expectativa é de que, com um planejamento estratégico, seja ampliado o espaço, haja aquisição de equipamentos e concurso com vaga específica para profissionais especializados em Jornalismo e Publicidade. Esse é um dos maiores projetos para Fernando Rodrigues Pinheiro, Chefe de Seção de Comunicação do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região.
Nessa entrevista, ele esclarece que a principal função do Assessor de Comunicação é manter a imagem da instituição naquilo que ela se propõe. Que para ser um bom profissional na área é preciso ter um relacionamento saudável com a imprensa, um amplo conhecimento teórico e prático a respeito do jornalismo e da sociedade, ter compromisso com a verdade e, principalmente, ser ético. Dominar perfeitamente as normas relativas a essa atividade, trabalhar com conceitos, relações públicas, design, recursos humanos e tantas outras ferramentas de construção da imagem, também devem fazer parte do currículo de um assessor da área de Comunicação. Agindo dessa forma, o profissional conseguirá contribuir para que haja uma maior troca de informações, visando a melhoria da qualidade do serviço prestado à sociedade.

Qual foi sua trajetória até chegar aqui na Chefia da Seção de Comunicação?
Aos 18 anos passei em um concurso público para a Fundação de Rádio e Televisão Educativa de Mato Grosso do Sul (FERTEL/TVE), hoje TV Brasil Pantanal e comecei a trabalhar na área administrativa. Em seguida ingressei na faculdade de Comunicação Social, com o intuito de ser publicitário. No segundo ano do curso percebi que as possibilidades de trabalhar como jornalista eram maiores, o campo mais diversificado. Então fiz minha opção para ser Jornalista. Por estar cursando Jornalismo, tive oportunidade de passar da área administrativa para a área de comunicação, ajudando nas pautas e na gravação do jornal ao vivo. Trabalhei numa rádio da Capital. No período de 2002 a 2004 fiz a produção executiva na TVE de um programa de TV chamado Oficina de Ideias, que era ligado às escolas. O TRT estava criando um projeto que trabalhava com escolas e, por isso, fui requisitado para trabalhar especificamente nesse projeto. E, no ano de 2007, assumi a Seção de Comunicação.

O Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região utiliza a nomenclatura Seção de Comunicação, porém em outros Tribunais Regionais do País adotam o termo Assessoria de Comunicação. Por que há essa diferenciação?
São denominações com funções e remunerações bem diferentes. Acredito que este Tribunal adote essa nomenclatura por ser mais novo, menor e, consequentemente, com uma demanda de trabalho reduzida. O TRT da 12ª Região (Santa Catarina) tem 14 pessoas trabalhando na Assessoria de Comunicação, dentre elas quatro jornalistas, dois publicitários, um técnico de TV e vários estagiários. É um Tribunal pouco maior que o nosso, mas com outra visão de Comunicação. Dispõe até de um estúdio próprio de TV. Mas, eu sinto que está havendo uma mudança de visão no panorama geral do Judiciário. Em 2009, o Conselho Nacional de Justiça – CNJ publicou a Resolução n. 85, que dá diretrizes para a forma dos Tribunais tratarem a Comunicação. Que o Tribunal tem o dever de informar a sociedade, por meio de jornais e TV de tudo o que acontece em cada Órgão. Isso será extremamente positivo para a área de Comunicação.

A assessoria de comunicação tornou-se essencial para o bom desenvolvimento de uma empresa ou instituição pública, por ser com a sociedade. Um dos papéis do assessor é informar com transparência e verdade para ter sempre credibilidade. Em termos práticos há diferença em assessorar um órgão público e uma empresa privada?
Eu acredito que na empresa pública o Assessor de Comunicação seja um porta-voz. Ele está à frente nas questões polêmicas e tem a função de manter a imagem da instituição naquilo que ela se propõe. Na instituição pública o próprio Presidente do Tribunal tem a função, ou até mesmo a vontade, de informar a população nos momentos em que há algum questionamento ou na divulgação de projetos. Porém, quando acontece algum julgamento na 1ª Instância, ou seja, em alguma Vara do Trabalho da Capital, do interior ou mesmo no Tribunal, que tem muita repercussão na mídia, o que normalmente acontece é a imprensa pedir uma entrevista ao Juiz. E uma dificuldade que usualmente tenho enfrentado é que nem todos os juízes e desembargadores falam para a imprensa, alguns preferem manifestar-se apenas no processo. Nesse momento é preciso ter criatividade para resolver o impasse, de forma que a imagem tanto do Tribunal quanto do magistrado fique intacta.

Atualmente o Tribunal dispõe de apenas dois jornalistas na Seção de Comunicação. Esse número atende a demanda de trabalho?
Não. Para a Seção funcionar com mais eficácia precisaríamos de ao menos mais um Jornalista e um estagiário. Além do Tribunal, temos 26 unidades, 19 somente no interior. E além da parte jornalística interna e externa, fazemos um grande trabalho de publicidade, que engloba arte e divulgação de campanhas. Com isso a comunicação externa fica um pouco prejudicada.

Conforme afirmação anterior a disponibilização de recursos e pessoal dependem da demanda de cada Tribunal Regional no País. Este Regional, instalado há 17 anos, aumentou em muito a demanda e o número de servidores, especialmente com a criação da Emenda Constitucional n. 45, que ampliou a competência da Justiça do Trabalho. Pensando em tudo isso, existe algum projeto, planejamento estratégico ou previsão orçamentária destinada à ampliação na área de Comunicação?
Atualmente não. O enfoque que precisamos dar à Comunicação é no sentido de sensibilizar a administração de que o Tribunal precisa dar uma satisfação à sociedade, com ações de comunicação, que é o principal canal de acesso à população. Em 2009, fomos convidados a participar do planejamos estratégico e apresentamos um projeto. Ele visa a melhoria da comunicação interna e externa do tribunal, especialmente a externa, por meio de aumento de profissionais, de equipamentos, implantar um estúdio de TV, de rádio e uma pequena agência de publicidade. Nosso projeto foi aprovado e a expectativa é que ele seja implantado até o ano de 2014.

Com um reduzido quadro de servidores é preciso um desdobramento da parte da chefia para garantia de um bom desempenho no trabalho. Usualmente as diversas áreas da comunicação trabalham com pauta. Qual a rotina adotada na Seção de Comunicação?
Nós não trabalhamos com pauta. Algumas atividades são elaboradas todos os dias como, por exemplo, o clipping e o abastecimento de um blog, pois não temos um site específico da comunicação. No final de cada dia enviamos, por e-mail a todos os servidores e magistrados, um resumo com todas as notícias locais e jurídicas, aniversariantes da semana e classificados, é o chamado informativo eletrônico. Fora os inúmeros contatos telefônicos com solicitações internas e da imprensa.

Escassez de mão de obra e de recursos é uma realidade. Como é feita a cobertura nos eventos internos e nos grandes eventos externos?
Há algum tipo de parceria? Nos eventos internos temos que fazer a cobertura total, desde a divulgação até o final do evento, tanto a parte de publicidade, jornalismo e fotografia. Nos grandes eventos fica inviável, porque estamos em duas pessoas na Seção. Há a contratação de uma empresa terceirizada para o apoio de fotos e imagens. A Seção fica responsável pela divulgação do evento, cronograma de trabalho e a cobertura jornalística. Fazemos também o contato com a imprensa tanto televisiva, impressa e on line, para que eles façam a cobertura do evento.

Informar, esse é o principal objetivo do Jornalismo. Aqui é utilizada a prática de releases na divulgação de notícias do tribunal para as mídias?
Com que habitualidade isso acontece? Sim, utilizamos a prática de releases, mas não diariamente. Encaminhamos o material apenas quando ele é de interesse do grande público, de uma maneira geral. Ampliamos nosso trabalho com acompanhamento das Sessões
Plenárias, onde acontecem os julgamentos. Buscamos temas mais polêmicos como acidente de trabalho, assédio moral, dano moral e fazemos as matérias. Temos o cuidado de não divulgar os nomes das partes, a fim de preservá-los. Assuntos institucionais são divulgados somente se beneficiar a sociedade.

A cada dois anos há a troca da Presidência do Tribunal. Quando isso acontece há uma modificação na forma de trabalhar?
Sim, primeiro porque somos hierarquicamente subordinados à Presidência. Alguns Presidentes acreditam que a função dele, como representante dos outros juízes, não só divulgar o que o Tribunal realiza, mas dar uma resposta à sociedade sobre determinado assunto. Outros não, preferem realizar seu trabalho, com transparência, porém, sem se expor na mídia. E o assessor precisa se adaptar nas duas situações.

Atualmente como a sociedade pode ter acesso às informações relacionadas ao Tribunal?
Temos o site http://www.trt24.jus.br/. Fizemos um projeto de uma série chamada Minuto do Trabalhador, nosso carro-chefe na TV, um trabalho bastante interessante que esclarece a população sobre assuntos como FGTS, Jornada de Trabalho, Trabalhador Rural, Trabalhador Doméstico, Salário Mínimo, Licença Maternidade, Férias e 13º salário. O acesso pode ser feito por meio do site www.youtube.com/secomtrt24. Como estamos em falando em acesso a informações, pretendemos realizar um Seminário, ainda não temos uma data prévia, que terá como público alvo os profissionais na área de Comunicação Social (publicitários e jornalistas). Iremos reunir o Tribunal Regional do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho e a Superintendência Regional do Trabalho para que cada uma dessas instituições demonstre, de forma clara, quais são as suas funções para com a sociedade. O principal objetivo do Seminário é esclarecer, principalmente porque somos acionados para responder por algo que é da função do Ministério do Trabalho ou mesmo da Superintendência do Trabalho. Principalmente esses três Órgãos se confundem entre si. Outra expectativa de realização, que será um benefício não só para os profissionais da área, como para a sociedade, que será melhor informada.

No início da entrevista você afirmou que tinha uma forte inclinação para ser publicitário. Mas os caminhos foram construídos de forma um pouco diferente. O que seria chegar ao ápice da sua carreira? E, para finalizar, o que recomendaria para aqueles que estão fazendo o curso de jornalismo e que pretendem atuar em Assessoria de Comunicação?
O ápice da minha carreira seria assessorar o Flamengo, porque eu adoro futebol e seria a realização de um sonho me tornar Assessor de Imprensa do clube. Com relação à função de Assessor de Comunicação, ou qualquer outra área do Jornalismo, o mais importante é fazer com paixão. Recomendo que os alunos aproveitem ao máximo o que cada professor oferecer, que desenvolvam os trabalhos além do que o professor pedir e leiam muito. Investir o máximo de tempo procurando praticar no jornal impresso, no on line, na TV, no rádio. Dessa forma, no final do curso o aluno vai ter uma idéia clara do que ele vai querer. Para ser um bom Assessor de Imprensa ele tem que gostar da empresa, ou da instituição, gostar das pessoas com quem trabalha, porque quando a imprensa se manifestar contrária à sua empresa você terá que defendê-la. Mas, o principal é falar sempre a verdade e ser ético, às vezes acontecerão embates com a direção, porém a verdade deve estar em primeiro lugar, porque só assim a empresa ou instituição terá credibilidade. A Universidade dá a direção, agora como o aluno irá trilhar esse caminho depende exclusivamente dele, e dependendo da forma como ele trilhar será o seu sucesso ou o seu fracasso.