sexta-feira, 6 de julho de 2012

CRÔNICA DO FILME REPÓRTERES DE GUERRA




Herói ou urubu predador?




“Um homem ajustando suas lentes para tirar o melhor enquadramento do sofrimento dela talvez também seja um predador, outro urubu na cena” (Kevin Carter)


A aula é de jornalismo literário e a ideia é assistirmos ao filme Repórteres de Guerra, baseado no livro The Bang Bang Club, escrito por Marinovich e João Silva. Não sabíamos ao certo do que se tratava (esperava aquelas tradicionais cenas de guerra, muitos sangue e ação). Com espírito voltado para um “cinema” em sala de aula, compramos pipoca e a sessão começou.

À medida que o filme foi desenrolando com linchamentos e torturas brutais travados na África do Sul, e os quatro repórteres fotográficos enfrentando situações de extremo perigo o tempo todo, com o propósito de mostrar a verdade, perdi a vontade até de continuar saboreando a pipoca, simplesmente perdeu o sabor. Algo ficou travado na garganta. Mil pensamentos começaram a “pipocar” na minha cabeça. Só pensava: isso não é ficção, isso realmente aconteceu...

Mas, apesar de toda brutalidade o que mais me chamou a atenção foi a foto tirada por Kevin Carter de um urubu e uma criança desnutrida. No desenrolar do filme o autor da foto ganha o maior prêmio de fotografia do mundo, o Pulitzer. Ao ver os quatro amigos (repórteres) comemorando fiz alguns questionamentos: o que Carter pensou no momento que fotografou? Será que considerou normal ver algo tão desumano? Será que a racionalidade deu lugar ao instinto? Até que ponto o seu sucesso profissional nos exime da responsabilidade de ser humano, de praticar humanidade? Na foto de Carter quem é mais abutre: o urubu ou quem está à espreita para fotografar?

Mas, as imagens que se seguiram, e vi que os protagonistas (repórteres), apesar das comemorações, viviam conflitos intensos. Percebi que cada um deles buscava a melhor foto, em muitas situações expondo a própria vida em busca de retratos do terror ao redor, por conta da exigência cada vez maior por parte dos jornais, revistas e empresas de comunicação. A pressão é muito grande.

Em contraponto, fiquei pensando na repercussão positiva que um foto chocante pode causar, ela pode ajudar milhares de pessoas. No caso da foto de Carter, ela fez o mundo voltar os olhos para a questão do apartheid e da fome da África do Sul.

No final do filme, Carter suicidou-se. Mais uma vez questionei-me se aquela foto havia sido o estopim (afinal, todos questionavam sua atitude diante daquele quadro), mas ao ouvir o que estava escrito no bilhete que ele havia deixado, não tive dúvidas de que não era apenas aquilo, mas sim que sua vida tinha parado de fazer sentido: “Estou deprimido… Sem telefone… Sem dinheiro para o aluguel… Sem dinheiro para ajudar as crianças… Sem dinheiro para as dívidas… Dinheiro!!!… Sou perseguido pela viva lembrança de assassinatos, cadáveres, raiva e dor… Pelas crianças feridas ou famintas… Pelos homens malucos com o dedo no gatilho, muitas vezes policiais, carrascos… Se eu tiver sorte, vou me juntar ao Ken…”

O silêncio na sala de aula era palpável. Acho que cada um estava com seus próprios pensamentos, talvez fazendo as mesmas perguntas. O filme terminou, os questionamentos sobre nós mesmos, certamente não... a única certeza que tenho é que nunca mais serei a mesma depois desse filme.

PRÉ-PROJETO DE TCC - SEPARAÇÃO - QUANDO O OUTRO VAI E LEVA TUDO, ÀS VEZES ATÉ MESMO A ALMA




UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP




LUZIA ALMEIDA GONÇALVES






SEPARAÇÃO – QUANDO O OUTRO VAI E LEVA TUDO, ÀS VEZES ATÉ MESMO A ALMA













CAMPO GRANDE – MS

2012





LUZIA ALMEIDA GONÇALVES







SEPARAÇÃO – QUANDO O OUTRO VAI E LEVA TUDO, ÀS VEZES ATÉ MESMO A ALMA







Pré-projeto apresentado na Disciplina de Projetos Experimentais I, como requisito básico para a apresentação do TCC do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, da Universidade Anhanguera-Uniderp, sob a orientação do Prof. Esp. Carlos Kuntzel.















CAMPO GRANDE–MS

ABRIL - 2012







FICHA TÉCNICA



1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO



1.1 – TÍTULO DO PROJETO:



Separação – Quando do outro vai e leva tudo, às vezes até mesmo a alma



1.2 – DADOS DA ACADÊMICA:



Luzia Almeida Gonçalves

RA: 1.901.411.394



1.3 – ORIENTADOR:



Professor Esp. Carlos Alberto Kuntzel



1.4 – TIPO DE TRABALHO:



( ) teórico

(x) Prático



1.5 – EIXO TEMÁTICO:



( ) Comunicação e Ambiente Rural

( ) Mídia e Tecnologia

(x) Comunicação, Cultura e Sociedade

( ) Jornalismo, Ética e Mercado de Trabalho

( ) Jornalismo e Cidadania







ÍNDICE




1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 05

2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 08

3. METODOLOGIA ................................................................................................... 14

4. OBJETIVOS

3.1 GERAL ................................................................................................................ 18

3.2 ESPECÍFICOS ..................................................................................................... 18

5. SUMÁRIO COMENTADO .................................................................................... 19

6. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 20

7. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES..................................................................... 22

8. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 23





1. INTRODUÇÃO


Quanto tempo se passou daquela cena? Nós, diante da porta, de frente um para o outro, mas as cabeças abaixadas. A porta se fechou. Escutei o som do elevador descendo. Estava só. Completamente só, inteiramente só. O mundo parou. O silêncio era ensurdecedor. Nenhuma lágrima, nenhum soluço, nenhum desespero, nenhuma sensação de perda. Nada. Só ecoavam em meus ouvidos as palavras do meu velho pai, quando dei a notícia do casamento: o problema é seu... será que ele já sabia que seria um problema?

E, assim, ajudei a engrossar as estatísticas que deixam Mato Grosso do Sul entre os cinco estados com maior índice de divórcio no Brasil. É, hoje em dia casar e separar parece ter se tornando tão simples quanto trocar de roupa.

Mas, não fui a única a ajudar aumentar as estatísticas. Nesse meio tempo, muitos amigos também se separaram. Cada um sofreu do seu jeito. Uns sofreram como se sofre quando morre alguém próximo, outros por medo de enfrentar os preconceitos que ainda existem na sociedade machista em que vivemos, outros, pelos filhos. Mas, ainda, tiveram aqueles que encararam a situação como algo necessário, porque haviam sofrido o suficiente dentro do relacionamento. Para alguns, o desgaste chegou a tal ponto de perceber que não seria mais possível continuar vivendo juntos. Viram a possibilidade de ter uma nova chance de começar de novo, uma nova história.

De repente, parei de entender porque razão cada um age de uma forma diferente, reage de uma forma diferente. Me senti diante de um quadro de Kandinsky¹: uma tela gigante e abstrata, com traços e formas que, para mim, com nada se parece.

1. Wassily Kandinsky foi o pioneiro do abstracionismo nas Artes Plásticas e nasceu na cidade de Moscou em 16 de dezembro de 1866.


E, como o que move o mundo são as perguntas, sempre me questionava por que motivo tantos casamentos estavam terminando em divórcio. Então, para quem sabe encontrar alguma resposta, comecei a fazer terapia e a ler muitos livros.

Em uma das minhas “viagens” pelas livrarias peguei um livro que chamou minha atenção pelo título: “Fora de Mim”. Li a sinopse, mas não me empolguei. Não botei fé, mas uma vozinha sussurrava que devia levar. Li suas cento e trinta e uma páginas com a mesma rapidez com que se bebe um copo de água, ou uma cerveja estupidamente gelada, em um dia de sol com temperatura em torno de uns 40º. Me vi em pelo menos umas noventa páginas e, naquele momento, duas coisas passaram pela minha cabeça: que eu não estava só (alguém tinha uma história semelhante a minha) e que iria escrever um livro-reportagem contando minha experiência e a de outras pessoas que também haviam passado pelo processo de separação. Era como se o espermatozoide tivesse fecundado o óvulo. Começava ali a ser concebido o tema para o meu Trabalho de Conclusão de Curso.

Lendo o livro Páginas Ampliadas, em busca da identificação do meu livro-reportagem, o magnífico autor Edvaldo Pereira Lima literalmente enfiou o dedo na minha ferida quase cicatrizada. Ele disse que quando o autor escreve sobre determinado tema, o que o leva a escrever é uma dor profunda, algo que deve ter mexido muito com seu ser e precisa ser limpo, purificado. Que essa purificação acontece pelo texto, que ganha então uma conotação de instrumento de cura psicológica. As palavras de Lima me fizeram crer que o resultado desse livro-reportagem poderá trazer compreensão do tema tanto para mim quanto para aquelas pessoas que passaram pelo trauma da separação, e também para qualquer pessoa que esteja interessada no assunto, como forma de ampliar conhecimento.

Para humanizar o livro-reportagem não utilizarei roteiros pré-definidos de perguntas, o que pretendo é, num primeiro momento, deixar a conversa fluir naturalmente, evitando interrupções. A intenção é conversar, um bate-papo leve, um relembrar de fatos e situações. Recordar como cada fonte conheceu seus parceiros, como era a convivência diária e, mais tarde, o que levou ao fim do relacionamento.

Caso os objetivos específicos não sejam atingidos nessa primeira fase, aí sim, num segundo momento, farei perguntas mais direcionadas, como a questão dos prováveis motivos da separação, dos sentimentos durante e após o processo de separação e quais são as expectativas em relação a um novo relacionamento.

Não quero que esse livro-reportagem seja um livro de receitas, muito menos um manual de instrução, ou que se transforme em um filme: O que fazer para não se separar, em 10 lições; mas, espero, de coração, que o leitor possa encontrar algumas respostas, possa compreender os sentimentos, o sofrimento de uma pessoa que esteja passando, ou tenha passado, por um processo de separação.

Espero que o livro possa ajudar a evitar erros futuros, que vivem se repetindo, porque a pessoa sensata aprende com os erros dos outros. E, para finalizar, lembrando a velha máxima de que conhecimento nunca é demais, cito um provérbio chinês que diz: “Nunca é tão fácil perder-se como quando se julga conhecer o caminho”.



Convido você, rebelde, a voar mais longe. (Cremilda Medina)



2. JUSTIFICATIVA





Embora necessário em muitas situações, quando um casal não se considera mais capaz de vencer as dificuldades, o divórcio é uma situação bastante estressante. Dentre muitos sentimentos, a separação traz sensação de fracasso e impotência, geralmente causados pela ausência ou perda de alguém com quem se convivia.

Por que escrever sobre separação? Afinal, qual o interesse público relevante em se investigar a causa do desaparecimento do afeto ou do desamor?

O objetivo deste trabalho é compreender como se vivencia a separação amorosa e o que faz com que esta separação seja sentida de maneira tão sofrida e dolorosa por muitos. E, nesse aspecto, o jornalismo poderá ajudar a tornar público essa problemática, levando ao público o conhecimento.

Para isso é preciso descobrir novas maneiras de humanizar o jornalismo e desbravar problemáticas da realidade. Para Said (2005), o jornalista precisa ir além da observação e difusão superficial de temas que exigem um aprofundamento, é preciso atuar com voz sobre o olhar da massa que se manifesta, ajudando o público a obter mais informações.

Uma rápida consulta aos dados estatísticos disponíveis aponta o crescimento das taxas de divórcio. Segundo pesquisa feita pelo IBGE sobre o Registro Civil em 2010, Mato Grosso do Sul registrou 3.900 divórcios concedidos em 1ª Instância, com uma taxa geral de divórcio de 2,7%, o que o coloca na 3ª posição entre as maiores taxas do País. Em 2008 a taxa de divórcio em Mato Grosso do Sul era de 2%. No ano seguinte passou a 2,30% e em 2010 chegou a 2,70%, na média. No ranking de capitais brasileiras, o maior índice de divórcios entre a população com 20 anos ou mais, volta a ser de Campo Grande com 2.148 divórcios, fato que corresponde a uma taxa de 4%, bem acima da média nacional.

A notícia foi divulgada e, em nenhum momento, se questionou quais as razões que estão levando tantos casais (especificamente no Estado de Mato Grosso do sul) a se separarem.

Além desse crescimento considerável no índice de separações, pergunta-se quem, em algum momento da vida, não ouviu falar de alguém que está em processo de separação? Esse assunto toca um grande número de pessoas, por isso a sua relevância social.

A mídia impressa utilizada será o livro-reportagem, que vai trazer à tona a problemática que envolve a dissolução do casamento. A escolha pelo livro-reportagem para a abordagem foi pontuada pelo fato de ajudar na eliminação do tratamento superficial utilizado pelas diversas mídias e tem a “missão de cravar no círculo mais largo, profundo, na leitura da cativante e complexa realidade que é o mundo contemporâneo” (LIMA, 2009, p. 134). Ainda sobre a relevância do livro-reportagem, assim preceitua Edvaldo Pereira Lima (2009, p. 4):



O livro-reportagem cumpre um relevante papel, preenchendo vazios deixados pelo jornal, pela revista, pelas emissoras de rádio, pelos noticiários da televisão, até mesmo pela internet quando utilizada jornalisticamente nos mesmos moldes das normas vigentes na prática impressa convencional. Mais do que isso, avança para o aprofundamento do conhecimento do nosso tempo, eliminando, parcialmente que seja, o aspecto efêmero da mensagem da atualidade praticada pelos canais cotidianos da informação jornalística.



Apesar de algo comum nos dias atuais, a separação jamais deixou de ser um processo doloroso, onde as partes geralmente apresentam um sofrimento psíquico, uma frustração pessoal provocada pela não-realização de esperanças e anseios.

Segundo Regina Navarro Lins e Flávio Braga (2006, p. 113) até o casal “Chegar a perceber que o casamento traz mais frustrações do que alegrias é uma trajetória bastante sofrida”. E, continua:



Não são raras as tentativas de desmentir o que se está sentindo, principalmente pelas expectativas de realização afetiva depositadas na relação. Em algum momento pode-se chegar à conclusão de que o próprio casamento não funciona porque nunca funcionou ou porque atingiu seu fim natural. Muitas vezes, apesar de se ter uma visão clara do que está ocorrendo, adia-se qualquer tipo de decisão. (LINS, BRAGA, p. 114).



Judith S. Wallerstein e Joan B. Kelly (1998) realizaram um estudo extraordinário de sessenta famílias californianas durante os primeiros cinco anos após o divórcio e compilaram suas pesquisas na obra Sobrevivendo à Separação.

Dezoito meses após a separação muitas questões ainda não estavam resolvidas na vida dos pais e dos filhos. Sentimentos de raiva, humilhação e rejeição ainda eram intensos; a maioria dos adultos ainda não tinha restabelecido uma estabilidade e continuidade em suas vidas, ou uma ordem em sua estrutura doméstica. (WALLERSTEIN e KELLY, 1998, p. 14).



A separação, segundo Caruso (1989), é uma das experiências mais dolorosas pelas quais pode passar o ser humano. Por ser vivo em diferentes níveis e etapas, o processo de separação é muito complexo. Para o autor, estudar a separação amorosa significa estudar a presença da morte na vida, ou seja, na separação há uma sentença de morte recíproca: “o outro morre em vida, mas morre dentro de mim... e eu também morro na consciência do outro” (CARUSO, 1989, p. 20).



Sair de um casamento é difícil, e não só por causa das complicações jurídicas/financeiras da enorme mudança de estilo de vida. É o impacto emocional que é de matar, o choque de sair do caminho conhecido de um estilo de vida convencional e perder todos os agradáveis confortos que mantêm tanta gente nesse caminho para sempre (GILBERT, 2008, p. 102).



Martha Medeiros (2010), em relatos de sua própria experiência, assim descreveu a dor da separação:



É uma dor tão recorrente na vida de tantas mulheres e tantos homens, é assunto reprisado em revistas, é um sofrimento tão clássico e tão narrado em livros, filmes e canções, que mesmo que eu não lembrasse, lembrariam por mim. É uma dor que se externa. Uma dor que se chora, que se berra, que se reclama. Uma dor que tentamos compreender em voz alta, uma dor que levamos para o consultório dos analistas, uma dor que carregamos para mesas de bar, e que vem junto também para a solidão da cama, para o escuro do quarto, onde permitimos que ela transborde sem domínio e sem verbo (2010, p. 86-87).



Medeiros (2010) fala da morte do amor, que é pior que a morte de uma pessoa porque essa morte é um fim que, usualmente, não se questiona. “A morte de um amor, ao contrário, é viva. O rompimento mantém todos respirando: eu, você, a saudade, a mágoa, o desprezo – tudo segue. E ao mesmo tempo não existe mais o que existia antes. É uma morte experimental: um ensaio para você saber o que significa a morte ainda estando vivo, já que quando morremos de fato, não saberemos” (2010, p. 50-51).

Outros autores compartilham da mesma ideia, e acrescentam novas perspectivas, como, por exemplo, Elizabeth Gilbert (2008). A autora relata sua experiência de separação e a compara a “ter um acidente de carro gravíssimo todo santo dia durante mais ou menos dois anos” (2008, p. 29). E, continua, “[...] não conseguíamos descobrir como parar de tornar o outro desesperadamente, alucinadamente, desgraçadamente infeliz” (2008, p. 89).

A intenção desse livro-reportagem é, por meio de relatos de histórias de vida de homens e mulheres, investigar quais são os principais fatores que vão da construção até a dissolução do casamento, quais são os sentimentos envolvidos e as diferenças de intensidade quanto ao gênero, e a expectativa de futuros relacionamentos.

Serão pontuados, ainda, alguns prováveis motivos de separação como infidelidade, perda da capacidade de comunicação, apagamento do prazer de estar juntos, insatisfação sexual, baixa tolerância aos comportamentos do parceiro. Para isso serão analisados os sentimentos durante e após o processo de separação, a motivação do desejo de separação (o que motivou), efetivamente a decisão da separação (quem decidiu) e quais são as expectativas de ambos em relação a um novo matrimônio.

A questão cultural também será um dos pontos de observação na pesquisa. Se analisarmos homens e mulheres há 40 ou 50 anos a realidade era muito diferente da atual. Naquela época eles exerciam papéis sociais bem delimitados, enquanto o homem era o provedor, a mulher exercia apenas o papel de mãe e dona de casa, e, raramente trabalhava fora. Essa dependência financeira, de certa forma, impedia que a mulher de pensar na possibilidade de desenvolver seus potenciais pessoais. Daí os raros casos de separação aconteciam.

Hoje homens e mulheres (independentes financeiramente) estão em busca de um relacionamento onde haja respeito, prazer em estar juntos e que se respeite a individualidade. Quando esses pré-requisitos não são alcançados pode acontecer o rompimento.

Giusti (1987) relaciona que podem ser possíveis causas “a perda da intensidade e calor emotivos, a insatisfação sexual, o apagamento do prazer de estar juntos, a perda da capacidade de comunicação” (p. 28).

A infidelidade, em muitos casos, é fator determinante de uma separação. Giusti (1987) preconiza que: “A infidelidade torna-se mais um indício de um estado de incertezas e insatisfações do que uma alternativa real para um casamento que chegou ao fim” (p. 29).

A pesquisa de Judith S. Wallerstein e Joan B. Kelly (1998) revelou, dentre outras coisas que as pessoas optam pelo divórcio por motivos complexos, alguns dos quais têm pouca relação com a incompatibilidade conjugal. Quanto à natureza ou circunstâncias do divórcio, a pesquisa assim classificou:



chamamos de racional – isto é, realizado para desfazer um casamento infeliz que provavelmente não vai mudar – [...] alguns casos de pessoas que lutavam para escapar de um casamento com um parceiro mentalmente doente. Esta luta era uma provação para a pessoa que estava buscando o divórcio, em virtude dos conflitos psicológicos criados, da percepção gradual e extremamente dolorosa de que o parceiro era na verdade mentalmente doente, seguida da culpa associada à decisão de divorciar-se e ir embora.

(...) a decisão de divorciar-se seguiu-se a alguma experiência estressante fora do casamento, a qual foi profundamente perturbadora para a pessoa que então iniciou o movimento rumo ao divórcio. A resposta ao estresse externo, em outras palavras, ricocheteou na arena familiar. (WALLERSTEIN e KELLY, 1998, p. 31).



(...) Um exemplo de divórcio realizado impulsivamente é aquele empregado como uma estratégia pelo marido ou mulher ofendidos para punir o parceiro envolvido num caso extraconjugal, e tentar desta maneira fazê-lo voltar ao casamento. (OB. CIT., 1998, p. 33).



Algumas decisões de divórcio foram tomadas no contexto da psicoterapia e com o encorajamento de um terapeuta. Várias dessas decisões ajudaram a libertar pessoas de relacionamentos conjugais em que elas eram exploradas ou abusadas. Algumas decisões de divorciar-se refletiam a necessidade de auto-realização recentemente identificada pela pessoa, e a convicção compartilhada com o terapeuta e do paciente de que o parceiro conjugal representava um obstáculo para a continuação do desenvolvimento do paciente como adulto. (OB CIT, 1998, p. 34).



Seja qual for, há sempre um fator determinante em uma decisão de separação e essa também pode ser uma importante descoberta nos relatos das fontes que serão entrevistadas.

Outro fator relevante é a forma como os gêneros veem o casamento, pois dessa definição depende muitas vezes o fim de um relacionamento.

Em pesquisa de dissertação de mestrado, Magalhães (1993) verificou que, à exceção de uma, todas as mulheres entrevistadas definiram casamento como "relação amorosa", e que quando a relação conjugal não vai bem, sobretudo na sua vertente amorosa - admiração, intimidade e relacionamento sexual - a separação conjugal parece inevitável. Para os homens, entretanto, que definem o casamento como "constituição de família", o fato de a relação amorosa não estar bem não é suficiente para justificar o fim do casamento.

Outro aspecto a ser abordado, e que tem relação com sentimento, será sobre a problematização do divórcio quanto às visitas aos filhos.



Com a separação conjugal, o pai e a criança enfrentam abrupta descontinuidade na forma de seu contato cotidiano. Subitamente, eles precisam adaptar seus sentimentos e necessidades mútuas aos estreitos confins da visita. Nos anos seguintes, o relacionamento pai-filhos dependerá inteiramente do que vai estar comprimido na forma nova e limitada. (WALLERSTEIN, KELLY, 1998, p. 143).



O conhecimento dos fatores que levam tantos casais a se separar, a identificação das possíveis diferenças ou semelhanças nos sentimentos que permeiam homens e mulheres com relação à separação conjugal podem se tornar de grande valia para a comunidade, tendo em vista o elevado número de divórcios em Mato Grosso do Sul.

Dessa forma, fica ressaltada a relevância social do estudo dos aspectos que envolvem a separação conjugal e também o compartilhamento dessas descobertas por meio do livro-reportagem proposto, pois vivemos conectados uns aos outros por intermédio da linguagem, da comunicação.



3. METODOLOGIA DA PESQUISA



O tema será desenvolvido em formato de um livro-reportagem. Na fundamentação teórica serão utilizados livros técnicos e teóricos necessários, além de sites, livros e teses relacionados ao tema separação/divórcio. Segundo Eduardo Belo (2006):



A função básica do livro-reportagem é informar com profundidade. Para que o leitor se sinta impelido à leitura, o texto tem de atraí-lo. O que em geral chama a atenção e prende o leitor à narrativa é a emoção. O texto do livro jornalístico não precisa ser telegráfico, curto, direto, relatorial, sem vida e até burocrático que se vê na maioria dos jornais. Também não precisa ser verborrágico e estar repleto de palavras desconhecidas. Nem exige a presença de adjetivos para transmitir emoção. O que passa emoção é o modo de contar, não os adjetivos que o escritor emprega (p. 120).



Ainda, tomando como base os estudos de Edvaldo Pereira Lima (2004):



Livro-reportagem é parte do mundo do jornalismo, mas possui sua autonomia, que exatamente lhe possibilita experimentações impraticáveis nas redações dos veículos periódicos. Por isso, penetra num território novo, podendo transcender o jornalismo – pelo menos na sua concepção mais conservadora – gerar um novo campo, que os norte-americanos já denominam literatura de realidade. Nesse sentido, o livro-reportagem de grande envergadura é potencialmente um veículo multidisciplinar de comunicação capaz de integrar elementos do jornalismo, da literatura, da antropologia, da sociologia, da história, da psicologia (p. XIV, XV).



Quanto à classificação do livro-reportagem, ele poderá se caracterizar em livro-reportagem-depoimento a partir do seu conteúdo, tendo em vista que, de acordo com Lima, “reconstitui um acontecimento relevante, de acordo com a visão de um participante ou de uma testemunha privilegiada” (LIMA, 2009, p. 54). No livro, serão as visões das pessoas que já se separaram que darão o embasamento.

Poderá também ser caracterizado como livro-reportagem-história, na medida em que apresenta um tema relevante no passado, mas com desdobramentos atuais: “Focaliza um tema no passado recente ou algo mais distante no tempo. O tema, porém, tem em geral algum elemento que o conecta com o presente, dessa forma possibilitando um elo comum com o leitor atual” (LIMA, 2009, p. 54).

Também poderá ser caracterizado livro-reportagem-atualidade, pois de acordo com Lima (2009), nesse tipo de livro são abordados temas atuais dotados de maior perenidade no tempo, mas cujos desdobramentos finais ainda não são conhecidos. Assim, permite ao leitor resgatar as origens do que ocorre, seu contorno do presente e as tendências possíveis do seu desfecho no futuro. Facilita a identificação das forças em conflito que poderão determinar o desfecho. Faz o leitor acompanhar, com maior profundidade de conhecimento, uma ocorrência de maior magnitude que esteja em progresso.

Outra mescla desse livro-reportagem será o ensaio pessoal, onde a autora relata fatos pessoais relacionados ao tema. Conforme preceitua Lima (2009):



(...) o autor escreve sobre um tema por que há um motivo individual muito forte que o impele a fazer isso, de caráter emocional ou intelectual, ou ambos. Há uma necessidade premente de compreensão. O instrumento que um autor tem em mãos para contar e pensar uma experiência de vida importante, sua ou dos outros, é a escrita. Por isso, conta e filosofa a respeito, procura entender. Normalmente, o que o move é uma dor profunda, algo que mexeu muito com seu ser e precisa ser expurgado. A expurgação acontece pelo texto, que ganha então uma conotação de instrumento de cura psicológica (p. 431).



Para usar o ensaio pessoal será exigida muita coragem da autora, porque ela terá que ter disposição de se despir inteira para o leitor. A respeito do tema filosofa Lima (2009):



O ensaio pessoal exige, portanto, muita coragem do autor. Disposição para despir-se por inteiro para o leitor. A humanização que se destaca nesse caso é a do próprio escritor, sua vulnerabilidade diante de acontecimentos sumamente tocantes, revela-se frágil ou tomando consciência de seus limites, diante dos paradoxos da vida. Ele é o protagonista da sua própria história, mas não a conta, apenas. Filosofa. Mas faz isso de um patamar de necessidade orgânica profunda. O movimento para expor seu mundo interior procede das entranhas. A cura vem pela exposição (p. 432).



Para a construção das histórias de vida no livro-reportagem, a serem utilizadas como suporte de pesquisa, serão selecionados representantes do sexo masculino e do sexo feminino, com perfis variados, que relatarão suas experiências vividas no processo de separação. Sobre histórias de vida Lima reflete que “Seu grande mérito, com essa opção, é criar um verdadeiro plurálogo das vozes que vivenciaram, sob diferentes prismas, a mesma realidade.” (LIMA, 2009, p. 120). A memória, utilizada como um recurso, resgata os acontecimentos psicológicos e sociais dos personagens envolvidos, sobre o processo de separação.

Pesquisa realizada por Carneiro (2003), a respeito de processo de separação, revelou que houve diferenças relevantes entre as vivências masculinas e as femininas em relação aos diferentes sentimentos: desejo de separação, decisão de separação, processo de separação e a construção de uma nova identidade. Decorre daí a opção pela escolha de homens e mulheres como fontes para a construção das histórias.

Com a visão multidimensional nessa forma de captação, em como o autor orientar a entrevista, ouvir e contar as histórias de vida e resgatar a memória, o livro-reportagem se transformará em algo profundo, com leitura cativante e com demonstração da complexa realidade que é o mundo contemporâneo.

A técnica de entrevista será a neoconfissão, dessa forma não será criado um roteiro prévio de perguntas e respostas. Na modalidade da neoconfissão “o entrevistador se apaga diante do entrevistado. Este não continua na superfície de si mesmo, mas efetua, deliberadamente ou não, o mergulho interior. Alcançamos aqui a entrevista em profundidade da psicologia social.” (MORIN apud MEDINA, 2000, p. 15).

Para melhor aprofundamento será escolhido um ambiente nos qual o entrevistado sinta-se confortável, de forma a poder mergulhar no seu mais íntimo e transformar em emoção, suas palavras, “a entrevista significa um diálogo olho no olho, feito entre as vistas dos interlocutores...” (BELO, 2006, p. 101). Com esse mergulho em situações e questões poderá o livro “ter melhores chances de encontrar o âmago dos conflitos. Essa abertura facilita, em adendo, um enfoque precisamente sistêmico, contextualizador dos temas da contemporaneidade”. (LIMA, 2009, p. 86).

Percebe-se pela concepção de BELO (2006), que a credibilidade da história será maior se for realizada pessoalmente e em um ambiente propício. Isso possibilita ao autor observar o comportamento, o modo de viver daquela fonte, o gestual, além do contato direto aproximar as fontes da verdade, porque para a maioria das pessoas é mais fácil mentir à distância do que olhando nos olhos.

Levando em conta todos esses aspectos, e, ainda, a forma humanizada (histórias de vida) e o modo de contar essas histórias, o leitor se sentirá mais atraído e próximo ao assunto abordado.



Ao contar a estória, ou melhor, neste caso, as histórias do momento – matéria-prima da matéria – terá de adotar um modo de contar. (...) Ao narrar, há a participação invisível do autor, que seleciona traços por ele considerados fundamentais e os põe vivamente em cena, dramatizando-os. É neste sentido que o tempo e o espaço reais, ao serem representados simbolicamente, podem abandonar a logicidade externa, descritiva, em favor de uma dinâmica interna, narrativa (MEDINA, 2000, p. 77).



Optar por utilizar narrativas é partir para a desconstrução/construção das próprias experiências do autor e das fontes. O modo de contar as histórias é de extrema relevância, pois, ao relatar fatos vividos pela fonte há uma reconstrução da sua trajetória. Ao ouvinte-autor cabe a atenção a cada etapa dos relatos, especialmente quando a fonte destaca situações, suprime episódios, reforça influências, nega etapas, lembra e esquece, tudo pode ser explorado. Medina (2000) relembra que “(...) Na busca de estruturação de uma narrativa nos deparamos com revelações de nossos personagens e suas ações, ou, em outros termos, dos protagonistas dos fatos sociais. (...) Importa, mais do que fórmulas, um repertório rico de formas” (2000, p. 80).

Para finalizar, quanto aos recursos técnicos, serão utilizados gravador e máquina fotográfica para o registro das entrevistas e, para a parte de edição, Adobe Indesign e Adobe Photoshop.





4. OBJETIVOS



4.1 GERAL

Investigar os motivos pelos quais os casais se separam.



4.2 ESPECÍFICOS



• Comparar as visões de homens e de mulheres quanto a fatores relacionados à concepção, construção e interrupção dos casamentos.

• Identificar quais os sentimentos, do homem e da mulher, se fazem presentes no momento da separação conjugal.

• Verificar quais são as expectativas, do homem e da mulher, quanto a futuros relacionamentos.



5. SUMÁRIO COMENTADO



• INTRODUÇÃO: Valéria Macedo dará um enfoque psicológico ao tema.

• CAPÍTULO 1: O início do fim – autora relatará sua experiência de separação

• CAPÍTULO 2: O homem invisível - O ausente – entrevistada traz relatos de sua separação

• CAPÍTULO 3: Contigo e sentigo - entrevistado traz relatos de sua separação

• CAPÍTULO 4: Três filhos e uma separação - entrevistada traz relatos de sua separação

• CAPÍTULO 5: Não dançando conforme a música - entrevistado traz relatos de sua separação

• CAPÍTULO 6: O casamento invisível – entrevistado traz relatos de sua separação

• CAPÍTULO 7: Até que o casamento nos separe - entrevistado traz relatos de sua separação

• CAPÍTULO 8: Amo você quando não é você - entrevistado traz relatos de sua separação

• CAPÍTULO 9: Depois do fim... um estopim - entrevistado traz relatos de sua separação

• CAPÍTULO 10: Infeliz Ano Novo - entrevistado traz relatos de sua separação




6. CONCLUSÃO


Pensar em separar é difícil. Separar é ainda mais complicado. Às vezes é estranho. Apesar de vivermos em uma sociedade que encara com naturalidade a separação, ainda assim só quem passa pelo processo é que sabe as complicações e traumas que o divórcio traz. Falo isso por experiência própria. Ainda estou tentando curar minhas cicatrizes.

Impotência, desespero, culpa, medo, indecisão, alívio, rejeição... Quais sentimentos insistem em acompanhar aquele que toma a decisão e também aquele que é comunicado da separação? Por que adiar o que, muitas vezes, é inevitável? Quantos casais moram sob o mesmo teto, mas não se falam, não se respeitam, não sentem alegria, não são companheiros, nem mesmo amigos... e ainda assim seguem “juntos”. O que sobrou dos sonhos, das expectativas, dos planos? Quais as perdas e ganhos num processo de separação? Como passar pelo processo com o menor número de cicatrizes possível? Sentir alívio é ruim? Será possível transformar o momento de crise em algo positivo, uma oportunidade de reconstruir o seu novo “eu”? Será que é possível enxergar com clareza sua responsabilidade, sua parcela de culpa e sua capacidade de perdoar a si e ao outro? E o futuro, será que voltaremos a ter a capacidade de amar novamente? E como será nossa postura em relação às dificuldades: fugir ou encarar?

Acredito que essas e outras perguntas possam ser respondidas em cada história, cada relato, provavelmente em cada lágrima que será derramada, em cada indignação e também em meio a muitos sorrisos, porque a vida é assim, uma mistura de sentimentos.

Sei que não será fácil relembrar cada bom momento e também cada momento difícil, porque quando a gente fala em separação, não é separar a roupa velha do armário que não serve mais, ou separar o que já venceu na despensa, nem jogar a cebola que já estragou. Estaremos lidando com vidas, com gente, com sequelas. De sonhos desfeitos. De juntar os cacos e optar por colar... ou não.

Porque tudo isso vai implicar também nas lembranças. Vai fazer lembrar os momentos de solidão, que, certamente não foram poucos, dos “amigos” que sumiram porque você já não cabe mais no círculo de amizade. Mas, também vai se lembrar dos amigos verdadeiros, que enfrentaram situações por você, que te defenderam e te apoiaram e, muitas vezes, te colocaram no colo e te viram chorar. Tudo serão lembranças. Doloridas. Que o tempo, nem mesmo o tempo, muitas vezes, não é capaz de apagar.

Possivelmente em algum momento vai bater aquele sentimento de culpa, de arrependimento, de não ter contado até dez, de não ter colocado um gole de água na boca (pra impedir de falar) e ter esperado até a raiva passar.

Quem sabe haja nova descoberta, de que a decisão foi a mais acertada de que foi o melhor a ser feito, mas isso talvez não impeça de sofrer e chorar e de saber que não dá para dormir e acordar sem passado. Sem memória.

As conversas, os bate-papos serão uma queda livre rumo ao infinito... não sei ao certo onde tudo isso vai dar, só lendo o livro é que será possível descobrir...





7. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES








CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES



ATIVIDADES ANO: 2012



J F M A M J J A S O N D

Leituras de fundamentação teórica

Entrevistas com os personagens x x x

Elaboração do livro-reportagem x x

Revisão e correção x

Diagramação x

Entrega do trabalho definitivo à banca x

Apresentação para a banca examinadora x



8. REFERENCIAL TEÓRICO



BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro : Jorge Zahar, 2001.



BELO, Eduardo. Livro-Reportagem. São Paulo: Contexto, 2006.



CARUSO, Igor. A separação dos amantes. São Paulo: Diadorim Cortez, 1989.



CIPRO NETO, Pasquale. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Scipione, 1998.



GILBERT, Elizabeth. Comer, Rezar, Amar. Rio de Janeiro : Objetiva, 2008.



GIUSTI, Edoardo. A Arte de Separar-se: Um guia para uma separação sem traumas antes, durante e depois. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.



GULLAR, Ferreira. Sem razão em Parati. Folha de São Paulo. São Paulo. 20 agosto 2006. Ilustrada, E10.



LIMA, Edvaldo Pereira. Página Ampliadas: O livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. Barueri: Manole, 2004.



LIMA, Edvaldo Pereira. Página Ampliadas: O livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. Barueri: Manole, 2009.



LINS, Regina Navarro e BRAGA, Flávio. Separação. Rio de Janeiro : BestSeller, 2006.



MAGALHÃES, Andrea Seixas. Individualismo e conjugalidade: um estudo sobre o casamento contemporâneo. Rio, 1993.



MEDEIROS, Martha. Feliz por Nada. Porto Alegre : L&PM, 2012.



MEDEIROS, Martha. Fora de Mim. Rio de Janeiro : Objetiva, 2010.



MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista, O Diálogo Possível. São Paulo : Ática, 2000.



PENA, Felipe. Jornalismo Literário. São Paulo : Contexto, 2005.



SAID, Edward. Representações do Intelectual. São Paulo : Companhia de Letras, 2005.



TRALDI, Maria Cristina e DIAS, Reinaldo. Monografia Passo a Passo. Campinas, SP : Editora Alínea, 2011.



WALLERSTEIN, Judith S. e KELLY, Joan B. Sobrevivendo à Separação: como pais e filhos lidam com o divórcio. Porto Alegre : ArtMed, 1998.



WOLFE, Tom. Radical Chique e o Novo Jornalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.