quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ALTOS DA AFONSO PENA E A POLUIÇÃO SONORA

Parece que estamos na era do “Estou nem Aí para Ninguém e para Coisa Alguma”. A situação está tão problemática que, em se tratando da poluição sonora, tem virado caso de polícia e muitas ações na Justiça.
Todos os dias, deparamo-nos com uma infinidade de barulho à nossa volta: no trânsito, no trabalho, em casa. É o barulho do micro-ondas, da televisão, do rádio, dos carros passando na rua, das crianças brincando na escola. Porém, alguns lugares que deveriam estar livres de qualquer barulho, destinados apenas ao sossego e relaxamento, apresentam ruídos que vão além da tolerância e razoabilidade.
Estou falando dos altos da Afonso Pena. Um dos cartões-postais da nossa capital e que tem sido palco de exibição de uma variedade inquietante de músicas. Estilos que vão desde o sertanejo até o funk.
Tive a oportunidade de conhecer parques em várias cidades do país e, também, do exterior. E o que se percebe é que são lugares públicos onde as pessoas fazem caminhadas, leem, reúnem-se para piqueniques, namoram, ou, simplesmente, fazem contemplação. Lugares que têm como intuito maior o contato direto com a natureza. Esse era meu intento quando resolvi, num sábado à tarde, caminhar pela Afonso Pena.
Lembrei-me do relato, recebido por e-mail, de um paulistano sobre nossa cidade, no qual ele argumenta que: “Campo Grande é uma grande fazenda disfarçada de cidade, localizada bem no meião de Mato Grosso do Sul”. O que não está de todo errado, pois agroboys e patycows circulam sem ao menos terem a noção do que significa respeito ao próximo.
Porque... colocar três ou quatro amigos na caminhonete, que ganhou ou pegou emprestada do papai, e ir fazer moral com as “gurias” em postos de gasolina, ou na Afonso Pena, ao som de uma música em volume máximo, não é exatamente pensar naqueles que saíram de suas casas após um longo dia de trabalho e que, simplesmente, querem caminhar, espairecer e recarregar as energias.
Penso que cada um se diverte à sua maneira e, também, sabe-se que Campo Grande não dispõe de muitas opções de lazer. Porém, tudo funcionaria melhor se cada uma se divertisse, mas não se esquecesse da velha máxima de que “a minha liberdade termina quando começa a dos outros”.
Será que isso é utopia?